domingo, 20 de julho de 2014

(In)diretas.

[Soundtrack!]

Queridas colegas mulheres,
        É com sutil impaciência que lhes peço: parem de fazer drama. Parem de forçar desespero. Parem de postar status afirmando que "homem está difícil, hein".
Não, não está!
O problema é outro: vocês procuram personagens de comédia romântica ao invés de namorados. "O 007 do amor", "O Brad da Angelina", "O Clooney da minha vida".
        Ora, nós já somos taxadas de tanta coisa! E há quem queira adicionar mais um ataque: "em carência constante". Nossa situação nunca foi fácil (sem exageros ou surtos de feminismo), e vocês ainda gritam aos quatro ventos que 'precisam de um homem'. E mais!
Precisam de um homem que as ame, espere, beije na frente dos amigos - seus e dele - beije na frente da família - sua e dele; que as dê atenção na exata hora em que vocês querem, que não jogue futebol sempre que puder, que, preferencialmente, não tenha amigas mulheres (não gostosas, pelo menos), que não beba - não saia para beber com os amigos, na verdade - que se lembre de contar todas as coisas do dia (todos os dias! Quem consegue?), que sempre queira conversar...
E reticências infinitas.
Colegas: se quiserem alguém assim, recomendo que montem um sistema operacional! Com voz sexy e uma boca como ícone. Perfeito! Beije o celular/computador quando e aonde quiser, leve-o para quaisquer lugares e dê a ele o nome de Brad Clooney.
        Porque, queridas, homens têm defeitos - exatamente como nós também temos ("defeitos, eu? Nunca!"). Eles acordam de cara amassada, nem sempre estão de bom humor e SIM, aceitem: exatamente como nós ("de novo? Que mania de equivalência!"), eles precisam de tempo para si.
Você não é uma religião, a ser seguida 24h por dia; você é uma mulher! (Dã!)
Assuma-se como tal e pare de agir feito louca - ou de exigir características estupendas, como se você fosse perfeita e precisasse de alguém em pé de igualdade.
        O amor não nasce à força. E coloquem uma coisa na cabeça: homem algum vai se sentir seguro perto de uma mulher insegura.
Porque sim: exigir a perfeição só mostra o quanto você se sente incapaz de conquistar um cara normal, com condições e padrões de escolha (só não tão exatamente como os seus porque, pasmem: eles realmente são menos impossíveis que nós).
        E enquanto você fica sentada, de cara amarrada, esperando sabe-se lá quem ou quê, há homens também sozinhos, chateados porque há mulheres que reclamam demais. E que, talvez, por acharem que mulher alguma é capaz de se controlar num relacionamento sério, se viram com os famosos e criticados "casos sem compromisso".

"Como assim?!
Leiliane, você está defendendo a safadeza masculina?"

        1º: "casos sem compromisso" não é sinônimo de safadeza.
        2º: Não, eu estou mostrando a incoerência feminina! E mostrando, também, que eles são tão imperfeitos como nós. E é aí que mora o nosso "pé de igualdade" nos relacionamentos:
na imperfeição.
        Às vezes, precisamos nos arriscar um pouco. Ser conquistada é ótimo, mas saber conquistar prova firmeza, autoafirmação.
Seja a mulher da qual ele precisa, e não aquela da qual ele quer fugir.
E saiba: nem sempre você é a "solução para todos os problemas". Então... Sem ilusões, tudo bem?

"Mas Leiliane,
os homens legais não têm atitude!"

        E como ele vai saber que pode agir, se você, ao invés de mostrar interesse e reciprocidade, fica em constante espera estagnada?
Você amolece com uma boa pegada? Que maravilha! Eles respondem a estímulos também; indiretas, deixas e ambiguidades. São homens, queridas, e não gurus que adivinham os momentos desejados por nós.
Saiba ter paciência também; há outros prazeres além do físico.
Conhecer-se, conversar e ponderar: faz parte.

"Mas Leiliane, onde eu os acho?
Como eu conheço um homem disponível?
Só vejo bonitos gays, os bons estão comprometidos e os canalhas... Bem, são canalhas!"

        Colegas: os gays nasceram assim, então paciência. Os bons comprometidos estão, provavelmente, comprometidos com mulheres espertas e boas, também.
E fujam dos canalhas, pois eles atraem a síndrome do "ele-vai-mudar-por-mim".
E uma última dica:
as melhores histórias não são do tipo que se encontram.
A ideia para a criação delas surge quando você (pasme!) não está esperando.
E, então, ela é escrita.
Com boa vontade, pelas suas - sim, suas! - próprias mãos.



PS: ao meu amado homem imperfeito (fascinante, fascinante)...
eu que agradeço pela última sexta-feira.
Indie é sempre uma boa trilha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário