quarta-feira, 16 de julho de 2014

Cobranças.

[Soundtrack do poema! Vale a pena ler ouvindo, hein?]

Perdoa-me, homem: eu te amo;
isso me faz te cobrar mais do que tens.
Mesmo quando outro nome eu chamo
és tu mesmo, homem, quem mais me convém.

Nunca fui branda, homem, disso tu és sano.
Sou espaçosa e fluida, do jeito que me faz bem.
Mas enquanto me espalho e, por ti, ainda clamo...
Teu tempo esgotável sequer me diz "vem!".

Perdoa-me, homem: ainda agora te amo;
isso me faz esquecer de que não sou tua refém.
Há tantos outros dos quais a atenção eu reclamo...
Mas é a ti que eu amo; e isso me contém.

Por hoje, já chega: não mais te chamarei.
Também já basta o olhar de outrem que reclamei.
Condenso-me toda e, por ti, me anulei!

Mas amanhã é outro dia.
E amanhã, ainda,
tão mais te amarei.

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