quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Vantagens.


Dizem que amar é sublime,
Dizem,
ainda,
que amar é complicado.
Dizem, dizem e dizem,
que amar é sobrenatural.
Dizem, de novo,
que amar é chato e dói.
Ora, parem de dizer;
- amem primeiro!
Rotulem depois.

Discordo de todos:
penso que amar é,
na verdade,
ser a verdade no momento certo.

Olhar os olhos firmes,
ainda que duvidosos.
Abraçar o corpo macio,
ainda que travado.
Beijar a boca que é viagem,
mesmo sem sair do lugar.

Confiar,
por 2 minutos,
o peso de uma lágrima.
Ou de duas.
Ou de um desabafo inteiro.
Ou, ainda,
de uma incompreensão particular.

Mesmo depois de um dia cansativo,
perder o ônibus
por um beijo
mais caprichado.

Permitir que haja algo mais.
Ali, além da conversa.
Além da certeza,
ou da dúvida.
Além do medo,
da segurança.
Além do normal, sabe?
Algo, ali, que ninguém vê.
Nem mesmo você.

Sorrir por lembrar,
sorrir por companhia,
sorrir sem ser, apenas,
por convenção.
Sorrisos de convenção, amigo,
são os mais tristes.
Sorrisos de amor,
os mais raros.

Na verdade, eu acho
que nem há definição.
Amar é tudo,
e nada.
E é assim que as coisas são,
do mesmo jeito que Charlie
pode ser feliz e triste,
ao mesmo tempo.

Talvez, amar,
seja invisível.
"Você vê as coisas. Você guarda silêncio sobre elas.
E você compreende."

No final, Charlie nem era louco.
Talvez, eu penso,
amasse demais.




*Referências ao livro "As vantagens de ser invisível", de Stephen Chbosky.

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