terça-feira, 9 de setembro de 2014

Radicais.



O que há?
É de mim que advém o silêncio,
puro e íntegro, guardado no lenço
dobrado e mantido em segredo tenso
do que, entre nós, nunca se diz?

O que há?
É tão seu esse modo, esse estado
de quem compreende o vago achado
de vida concisa; que é, então, marcado
no chão, largado, pelo o que eu não fiz?

O que há?
Vai ser nosso o caminho, o destino,
a carcaça, a promessa, o desatino
dos que não se enxergam além do motivo,
mas se veem, calados, por mais que um triz?

O que há?
O mantido, em tudo envolto e perdido
pelo abstrato que, tolo, ainda se faz
o meio mais firme e diário dos ais que,
ainda entre nós, se desfazem como giz?

O que há?
Ou não há o que haja?
Que seja.

Achei a linguagem,
perdi a sintaxe:
mas que passe.

Entre o saber e o sentir,
escolho a matriz;
raiz.

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