terça-feira, 19 de agosto de 2014

Relatividade.

          Nós percebemos, com o tempo, que o amor romântico é superior aquilo que definimos. Não é?
Perdemos horas literárias buscando o conceito de 'amar'. Procurando o cerne da mais clássica ação sentimental (clássica e deturpada, mas tudo bem).
Ao final dos clichês, desistimos. E, talvez, amamos, sem saber.
          Proponho, aqui, uma expansão de abordagem: ao invés do amor escrito, o amor sentido. Ao invés de encontrar amor em Nicholas Sparks, [o mel açucarado da atualidade], encontre o amor em quem você ama. Sim! Óbvio mesmo. E não o defina.
Apenas o encontre. Acredito que bastará.
          Muitas vezes, enquanto olho aquele que me inspira a tantas aventuras de caneta e papel, noto a lacuna de liberdade que me atinge. Sim!
Minha maior inspiração limpa meus pensamentos. Anula forças. Dispensa citações famosas. Não há cliques de surpresa, não há ressalva.
Eu sinto, ali, apenas a observá-lo, um misto de preenchimento e alívio. Algo entre complemento e suprimento de ar. Se eu não tivesse medo de mar, seria como um mergulho no oceano: eu, fora do meu habitat, cercada de animais majestosos e encantos desconhecidos. E, por mais alheia que eu seja, me sinto valiosa por ter visto e sentido aquilo.
Há, na pequenez diante do colossal, uma aura de paz e conforto.
          Portanto, não se desespere na procura de batimentos sem compasso. Suares frios, pernas bambas. Não.
As pessoas amam menos (ou pensam que amam menos) porque acham que amarão como outros amaram. As pessoas (nós todos, incluo-me nisso!) sentem menos porque se comparam demais.
          Recomendo a tentativa de inversão.
Saia de sua caverna. Olhe além.

Diariamente, meu horizonte me sorri.
E é lindo, apesar de todo o medo, ser mais uma em alto mar. 

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